Photo credit: andrewXu / Foter / CC BY-SA
A gata só aceita copular quando está em condições de se reproduzir. Não quer dizer que ela não tenha prazer com isso, como muita gente costuma pensar. Mas, por influencias hormonais, só tem vontade de cruzar e de sentir prazer com a cópula nos períodos em que se encontra “fértil”. Já o macho está disposto a cruzar o tempo todo e o desejo dele aumenta diante das fêmeas no cio.
Cio fisicamente discreto
Os gatos tornam-se aptos a se reproduzir em torno do quinto e do nono mês de vida. É quando ocorre o primeiro cio da fêmea. Nas gatas, as alterações físicas são menos evidentes do que nas cadelas. A vulva não fica inchada e nem há sangramento. Mas normalmente surgem alguns comportamentos atípicos ou intensificados, como a gata se esfregar em pessoas, em outros gatos ou em objetos; miar freqüentemente; ficar ansiosa e agitada; parar de comer; querer sair e arrebitar o traseiro quando acariciada. Ela pode também montar em gatos ou gatas e até estimular fêmeas a montá-la.
Na presença desses comportamentos, muitos proprietários acreditam que a gata está com problema e chegam a levá-la ao veterinário. Outras fêmeas alteram tão pouco o comportamento durante o cio que os proprietários só se dão conta do que aconteceu quando elas já estão prenhes!
Monta sem sexo
A monta, ou seja, o ato de um gato subir em cima do outro como se estivesse pronto para cruzar, deixa muitas pessoas embaraçadas, principalmente quando ocorre entre duas fêmeas ou dois machos. Gatos montam uns nos outros também para brincar e, em alguns casos, para subjugar o competidor, como o cão dominante faz com o submisso.
Ovulação sem desperdício
A ovulação só ocorre quando a gata acasala. Dessa maneira não há “desperdício” de óvulos. Estudos mostram que, sem penetração, a gata não ovula, nem mesmo quando um macho monta nela. O óvulo liberado tem, portanto, destino certo — ser fecundado por espermatozóide já presente no sistema reprodutivo da gata.
Sexo “selvagem”
O ato sexual dos gatos costuma assustar ou surpreender algumas pessoas e proprietários, já que acontece com uma certa agressividade. O macho morde a “nuca” da fêmea e posiciona-se em cima dela. A penetração e a ejaculação ocorrem rapidamente, em apenas alguns segundos. Assim que o gato retira o pênis, a fêmea dá um miado forte e o ataca! Após algum tempo, ela pode se oferecer novamente ao mesmo macho. E, em um período de 24 horas, copular várias vezes.
Variações na libido
Há grandes variações em relação à libido dos gatos machos, tanto entre raças como entre indivíduos. O gato com baixa libido pode não se interessar por fêmea no cio ou desistir rapidamente diante de qualquer resistência dela. Às vezes, um gato “submisso” não demonstra interesse pela fêmea até a retirada do gato mais “dominante”.
Curiosamente, a erva chamada cat nip pode estimular sexualmente os gatos. Recentemente, ao treinarmos alguns deles para um comercial, lançamos mão do uso de tal erva e tivemos que parar temporariamente o treino, pois quase todos os gatos começaram a cruzar, mesmo estando no estúdio!
Escolha de parceiros
Em ambiente natural, a fêmea pode escolher o macho com quem quer acasalar. Uma das técnicas utilizadas por ela é simplesmente esperar um pouco e deixar o gato mais forte espantar ou inibir os outros. Dessa forma, a gata procria com o macho poderoso, capaz de dominar um grande território.
Um experimento científico conduzido na Inglaterra demonstrou, por meio de testes de DNA, que raramente as fêmeas domésticas com filhotes haviam cruzado com o gato da casa quando tinham acesso a outro pretendente. E, na maioria dos casos, os proprietários nem sequer imaginavam que os filhotes não eram do gato macho deles!
Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.
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