Procuro sempre colocar o bem-estar dos bichos em primeiro lugar e tento convencer proprietários a fazer o mesmo. Por que só o bicho precisa se adaptar a nós? Muitos donos acabam curtindo a idéia de se adaptar à vida e às necessidades reais de seus animais de estimação. Que tal colocar troncos de árvore na sala? Prateleiras que possibilitem aos gatos explorar a casa escalando as alturas?
A princípio, o uso de equipamentos hi-tech para limitar comportamentos do gato pode parecer contraditório com a idéia de melhorar o bem-estar dele. Mas, na realidade, o resultado pode ser exatamente o oposto.
Muitos proprietários, por exemplo, impedem o gato de explorar o quintal porque não conseguem evitar que ele escape da propriedade e que se exponha a risco de ser envenenado, atropelado ou atacado por outros bichos. Por causa dessa dificuldade, muitos gatos ficam restritos ao interior da casa quando poderiam, pelo menos, aproveitar um pouco da vida ao ar livre. Portanto, equipamentos que restrinjam com segurança o espaço do gato podem ser utilizados para permitir que ele circule e explore áreas maiores e mais ricas em estímulos visuais, auditivos e olfativos.
De maneira geral, a maior influência na obtenção de um resultado bom ou ruim vem mais da maneira como utilizamos os instrumentos do que dos próprios instrumentos em si. Procure usar esses equipamentos para aumentar a liberdade do seu gato e, ao mesmo tempo, a segurança dele, sempre focando o bem-estar! Veja, a seguir, alguns desses equipamentos e as sugestões de uso.
Cerca invisível
Esse tipo de cerca já existe há muito tempo para cães e tornou-se disponível, recentemente, para gatos. Embora no Brasil seja ainda pouca conhecida, é extremamente comum em bairros americanos onde não há cercas ou muros que separam as casas.
A cerca funciona por meio de ondas de rádio captadas por uma coleira que o cão ou o gato utiliza. Basta cercar a propriedade com um simples fio elétrico, que pode, inclusive, estar enterrado. Quando o animal se aproxima desse fio usando a coleira, normalmente recebe um sinal sonoro que funciona como aviso para ele se afastar. Caso o cão ou gato não respeitem o sinal, a coleira emite um estímulo desagradável ou assustador, que, dependendo do modelo, pode ser uma vibração, um spray de ar, uma onde ultra-sônica ou um leve choque elétrico (de baixíssima amperagem). Dessa forma, em pouco tempo o bicho aprende onde a cerca está localizada e passa a respeitá-la.
As coleiras receptoras eram relativamente grandes, o que impossibilitava o uso delas por gatos. Com o avanço da tecnologia, estão bem menores e já são vendidas também para gatos.
Tapete elétrico
É feito para causar desconforto ao gato quando anda em cima dele. Opera com voltagem e amperagem muito baixa, mas normalmente suficiente para fazer o gato evitar o tapete.
Algumas pessoas utilizam esse recurso para ensinar o gato a não subir nos móveis da casa. Sou totalmente contra esse tipo de condicionamento, pois os gatos adoram andar e explorar espaços aéreos. Acredito que deva ser permitido a eles subir nas prateleiras, televisões, etc. Se necessário, prende-se o gato ou tiram-se dos móveis os objetos que possam quebrar, cair ou machucá-lo, para que ele possa circular sem problemas.
Concordo em proteger um ou outro objeto da casa com os tais tapetinhos, mas desde que o gato tenha um belo espaço para explorar e que o bem-estar dele não seja prejudicado por isso.
Sprays que detectam movimento
Esses sprays sopram ar quando detectam movimento, o que normalmente é suficiente para assustar qualquer gato. Devem também ser utilizados com critério, mas costumam ser ótimos para evitar que o gato tente “pescar” peixes num aquário, importune um passarinho, etc.
Existe também um irrigador de jardim que se liga automaticamente quando detecta um movimento. É bastante utilizado por pessoas que odeiam visitas felinas em suas propriedades.
Revista Cães & Cia
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